Cresci sendo chamada de ‘filha da empregada”, vivi em uma vila de chão batido, sem acesso à energia elétrica, água encanada ou saneamento básico até os 10 anos de idade. Desde muito cedo alimentava o sonho de estudar, mesmo não sabendo o motivo ou onde este desejo me levaria.
Na adolescência, ganhei um novo rótulo: “filha da lixeira”, uma vez que minha mãe passou a trabalhar como gari na prefeitura da cidade.
Tive minha vida impactada quando fui contemplada com uma bolsa de estudos em uma das melhores escolas de sua cidade. Fui alvo de preconceito racial e social e mesmo sendo motivo de piadas quando falava de meu sonho de estudar e ser economista, tive minha vida transformada pela educação e protagonismo.
Passei 10 anos na faculdade, impulsionada pelo sonho de ser economista e o desejo de ter uma vida confortável e estável financeiramente com o rendimento do meu trabalho. Conquistei tudo isso e muito mais.
Ressignifiquei meu passado e sem traumas hoje, com muito orgulho me declaro a Filha da Lixeira que chegou a Paris.
Me considero muito maior que meus sonhos, pois há muitas conquistas que eu nem ousaria sonhar.
O amor à minha filha, Joana, me impulsiona diariamente. Minha história de vida, meu propósito de evoluir sempre e proporcionar evolução ao próximo me fazem atuar ativamente por diversidade e inclusão. Por isto sou agente de mudança para um mundo melhor. Meu sonho é um mundo de mais oportunidades para todos, onde a cor da pele ou classe social não possam mais definir o destino de qualquer pessoa.
Por isto, além de ser professora da disciplina de Diversidade e palestrante, parte de meu tempo dedico a projetos sociais ligados a gênero e raça.
Embaixadora
Injeção de Auto Estima
Injeção de
Auto Estima
Criado em janeiro de 2018, com o intuito de humanizar as relações com mentorias e networking, gerando ( in ) formação através do autoconhecimento.
Acreditamos que com isso podemos impactar as pessoas nos diversos temas que fazem parte do nosso cotidiano, bem como: machismo, racismo, LGBTfobia, igualdade e equidade escolar para todos, entre outros.
A pandemia nos revelou algo de suma importância para nossas relações se desenvolverem, afeto, empatia, se conectar com as pessoas antes de forma mais humana e menos tecnológica. Antes da pandemia realizávamos ações físicas em escolas, faculdades e afins, com rodas de conversa, palestras motivacionais e oficinas de fotografia com narrativas documentais. Com o cenário atual, alunos de escolas públicas deixaram de ter acesso ao conteúdo, causando lentidão e provocando mudança de direção e estratégias.
Por meio do nosso perfil no Instagram, Facebook e canal do Youtube, promovemos lives de discussão sobre os diversos temas que atingem parte da sociedade. Entre eles, fazemos abordagens sobre violência contra mulher, comunicação não violenta, autoestima do povo preto, educação plural e democrática, autoconfiança, entre outros.
ESPERANÇAR
a filha da empregada,
a filha da lixeira
foi salva por livros e mestres
que lhe deram asas
REVOADA!
não esperou crescer para ser
sempre foi!
a menina de fé
única e ABENÇOADA
a FILHA AMADA!
inúmeras vezes salva
pelos presentes que a vida lhe dava
amada criança
cuidada por crianças, brincadeiras e esperança
… o SONHO além do que a vista alcança
silenciada, tímida e CURIOSA
enfrentou as normalidades
do racismo inviolável
mergulhando nos cadernos
escolhendo o CÉU,
levantou a cabeça
acenou para o bullying
beijou o ombro
desfilou…
não debutou!
PROTAGONIZOU!
aquilo que viu naquele jornal
a fez economestrar seu talento
para além dos rótulos,
dos títulos que conquistou
(mas, que não a definem)
decidida pela conciliação
otimista por profissão
por sua voz se ouve:
“não espere de mim a passividade
espere, SIM, a PAZ
não espere de mim… esperar
espere, SIM, a ESPERANÇA do esperançar”
*Obs.: Poema de Fátima Affonso que é minha parceria, unindo palestra, inspiração e poesia